Uma nova pesquisa inspirou-se na Deinococcus radiodurans, uma bactéria capaz de resistir a níveis extremos de radiação, para criar um potencial antioxidante que pode proteger os humanos da radiação ionizante. Conhecido como “Conan, a Bactéria”, este micróbio tem sido estudado pela sua extraordinária resistência a doses de radiação muito superiores às que os humanos podem suportar. Num estudo publicado em 12 de dezembro de 2024, no Proceedings of the Nationwide Academy of Sciences (PNAS), os cientistas examinaram como a bactéria sobrevive a condições que normalmente danificam o DNA, as proteínas e as células. Segundo relatos, a resiliência de D. radiodurans é atribuída à sua parede celular robusta, mecanismos de reparo de DNA altamente eficientes e antioxidantes que neutralizam os radicais livres nocivos.
Complexo Antioxidante Único Desenvolvido
Pesquisadores liderados por Michael Daly, geneticista da Uniformed Providers College, em Maryland, desenvolveram um antioxidante sintético inspirado nos mecanismos de proteção da bactéria. Falando à Ciência Viva, Daly explicado que a exposição à radiação ionizante – como os raios gama e a radiação cósmica – representa riscos tanto para as bactérias como para os seres humanos, podendo causar danos no ADN, oxidação de proteínas e condições graves de saúde.
A equipe criou um complexo antioxidante feito em laboratório chamado peptídeo dependente de manganês (MDP). Isto foi projetado combinando íons manganês, íons fosfato e um peptídeo modelado nos aminoácidos encontrados em D. radiodurans. O coautor Brian Hoffman, professor de química da Northwestern College, afirmou que a interação entre os componentes criou um poderoso composto protetor, capaz de suportar níveis de radiação mais de 12 mil vezes superiores à dose letal para humanos.
Aplicações potenciais para espaço e medicina
O antioxidante despertou interesse pela exploração espacial e pelos cuidados de saúde. Daly observou que os astronautas em missões a Marte, onde a exposição à radiação cósmica é prolongada, poderiam beneficiar deste radioprotetor económico e não tóxico. Na Terra, sugere-se que o MDP possa ajudar a gerir a síndrome aguda da radiação e até mesmo a combater o envelhecimento metabólico, embora sejam necessários mais estudos para garantir a sua segurança e eficácia para uso humano. Alegadamente, os investigadores continuam a refinar a estrutura do MDP, com o objetivo de melhorar as suas propriedades para aplicações mais amplas.
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